O senador evangélico Walter
Pinheiro (PT/BA), que se ausentou da votação pelo fim do PLC 122, se
defende apresentando seus motivos. Leia com muita atenção a nota do
senador e, a seguir, o comentário do Pr. Silas Malafaia.
Veja tentativa de defesa do senador

Walter Pinheiro se ausentou na votação pelo fim do projeto que garantia privilégios aos homossexuais
Em seus site, o senador Walter Pinheiro
publicou o texto “Intolerância e homofobia: Pinheiro defende a
tipificação de crimes no Código Penal e esclarece tramitação do PL 122”.
Leia na íntegra:
“O senador Walter Pinheiro (PT-BA) vai
continuar defendendo, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do
Senado, a inclusão de texto que criminalize toda prática de intolerância
e homofobia no Código Penal. Ele lembra que o PL 122 tornou-se inócuo,
pois, obrigatoriamente, a tipificação de crime de homofobia terá que ser
tratada no Código Penal.
“Agora a matéria será tratada no Código
Penal e não mais no PL 122. Ao contrário do que muitos divulgaram, a
tipificação de crimes não foi sepultada. Defendemos o pleno e total
respeito aos direitos humanos e garantias individuais, além da
criminalização de toda prática de intolerância e homofobia, como já
conseguimos no combate à violência contra a mulher e ao racismo”, disse
Pinheiro, que é membro da CCJ.
O parlamentar fala com experiência de
quem já modificou outro código de leis. Pinheiro é autor da emenda à Lei
Nº 10.825, sancionada pelo ex-presidente Lula em 2003, que alterou o
Código Civil e garantiu liberdade de culto no Brasil. A emenda
estabelece a liberdade de criação, organização e estruturação interna e
funcionamento de organizações, associações, fundações, entidades
religiosas e partidos políticos.
A ausência do senador durante votação do
requerimento que apensou a matéria ao Código Penal vem sendo utilizada
para distorcer seu posicionamento. Enquanto o requerimento 1443 era
apreciado, no dia 17 de dezembro do ano passado, Pinheiro retornava com
um acordo para poder votar o Orçamento 2014 no Congresso, que acabou
avançando pela madrugada.
“Não participei nem da votação do PNE
(Plano Nacional de Educação) naquele dia. Estive em reuniões com o MEC,
na Secretaria de Relações Institucionais com as bancadas que compõem a
Comissão Mista de Orçamento, a fim de iniciar a votação da peça
orçamentária ainda na noite daquela terça”, afirma.
Divergência e tramitação
Havia divergência com pontos do PLC 122
em vários setores e segmentos. Por diversas vezes foram negociadas
modificações no texto para votar a matéria, porém não se avançou nem no
conteúdo nem nos encaminhamentos.
Para buscar entendimento, a matéria foi
retirada da pauta da Comissão de Direitos Humanos (CDH) em duas
ocasiões, nos dias 20/11 e 04/12. Na tarde do dia 04/12, o presidente da
Casa, senador Renan Calheiros, pautou a votação do requerimento 1443
para o dia 11 de dezembro.
Assim, caminhavam paralelamente o PLC
122 e o requerimento 1443. Na manhã do dia 11/12, o senador Paulo Paim
leu seu relatório na CDH e foi concedido o pedido de vistas. O
requerimento entrou na pauta nesse mesmo dia, mas a sessão do Senado
durou até mais tarde com a discussão do PNE e toda pauta foi transferida
para a semana seguinte.
No dia 17 de dezembro, o PNE era a
matéria principal em plenário e a apreciação do requerimento 1443
ficaria para o final da ordem do dia, como item 35 da pauta. O
presidente da Casa antecipou a votação de outros itens e do requerimento
1443, cuja votação iniciou às 18h31. O PNE foi o último item votado da
noite”.
Pr. Silas comenta:
Acredito que o senador Walter Pinheiro
perdeu uma gigantesca oportunidade de ficar quieto. Ele está tentando se
defender do indefensável, como vou provar, e o desafio a me
contraditar:
1 – Na legislatura 2002-2006, Walter
Pinheiro era deputado federal, o período em que o PLC 122 estava
tramitando na Câmara Federal. Não existe um discurso do ilustre
parlamentar contra as barbáries incluídas nesse famigerado projeto, que
na verdade não protegia gays contra a homofobia, mas os tornava uma
casta superior na sociedade brasileira, e qualquer um que se
posicionasse contra o projeto ou contra a prática homossexual, era
considerado homofóbico. Eu sou a prova viva dessa safadeza do ativismo
gay, que sempre tentou me incriminar como homofóbico. Qual o discurso do
então deputado Walter Pinheiro contra esta patifaria? Nenhum!
2 – Há três anos Walter Pinheiro é
senador, incluindo que em um desses anos ele foi o líder do PT no
Senado, tendo todo acesso a tempo no plenário para discursar acerca do
que bem entendesse. Qual o discurso de Walter Pinheiro como senador
contra o PLC 122? Nenhum! Durante este período o senador evangélico
Magno Malta fez dezenas de discursos contra o famigerado projeto, que
tinha como um dos seus alvos atingir pastores evangélicos na sua
pregação. Em qual dos discursos Walter Pinheiro pediu aparte para fazer
coro com o senador Magno Malta contra esse lixo chamado PLC 122? Eu
respondo, nenhum!
3 – Em todos os eventos evangélicos
contra o PLC 122, onde estava o senador Walter Pinheiro? Sumia!
Manifestação pacífica em Brasília contra o PLC 122, em 1 de junho de
2011? Ele não estava. Na mesma data, entrega de mais de um milhão de
assinaturas contra o PLC 122, ao então presidente do Senado José Sarney.
Onde estava Walter Pinheiro? Lá com certeza não estava.
A maior manifestação em Brasília depois
das Diretas Já, promovida pelas lideranças evangélicas no dia 5 de
junho. Cadê o senador evangélico Walter Pinheiro? Lá ele também não
compareceu!
4 – O povo que não entende um pouco do
funcionamento do Senado Federal precisa saber dessa informação: quando a
sessão do plenário se inicia, todas as reuniões de comissões não podem
funcionar, e é obrigação dos senhores senadores estar no plenário, ou no
mínimo atento ao som da sessão plenária que é escutada dentro dos seus
gabinetes.
Mais uma para o povo saber, todos eles
sabem a ordem do dia. Mesmo que a pauta sofra uma inversão, os senadores
ficam atentos conforme o interesse que cada um tem nas matérias a serem
discutidas. Era obrigação do senador Walter Pinheiro, como evangélico,
estar atento, pois ele sabia que naquele dia seria colocada em votação a
questão do PLC 122. Arrume outra desculpa, senador, você não está
tratando com idiotas.
5 – Por último, lamento profundamente
que um senador dito evangélico dê preferência a sua ideologia, do que a
sua fé. A verdade nua e crua é que Walter Pinheiro se omitiu na votação,
porque esta é uma questão ideológica do PT e ele preferiu servir mais
ao partido do que as suas convicções cristãs. O apoiei muitas vezes
acreditando que a sua fé falaria mais alto. Estou decepcionado, mas
podem ter certeza, não desisto, continuarei votando em pessoas e não em
partidos. Se errar, deixo de votar ou apoiar o candidato e passo a
apoiar outro, porém continuarei a exercer a minha cidadania. Só covardes
e medrosos desistem quando erram, ou quando as coisas não dão certo.
Espero que o senador seja humilde para
reconhecer o seu erro e corrija sua rota, porque todos nós podemos errar
e corrigir nossos erros. Se isso acontecer, daremos espaço no Verdade Gospel,
inclusive minha fala no programa de TV. Se isso não acontecer, aí vai a
minha recomendação aos cristãos da Bahia: nunca mais votem em Walter
Pinheiro!
FONTE: VERDADEGOSPEL.COM