O levantamento foi realizado a partir da
entrega de equipamentos eletrônicos aos próprios adolescentes, que
responderam com privacidade sobre hábitos e comportamento. Participaram
cerca de 109 mil alunos do 9° ano do ensino fundamental de escolas
públicas e privadas em todo país, a grande maioria (86%) com idades
entre 13 e 15 anos. Os resultados foram projetados para o universo de
3,1 milhões de adolescentes que estudam no 9º ano.
Nas capitais, em 2009, 6,9% das meninas
disseram ter usado alguma droga, índice que subiu para 9,2% em 2012. O
consumo entre os meninos ficou praticamente estável, oscilando de 10,6%
para 10,7%. Além disso, 0,5% dos adolescentes tinham usado crack no
período de 30 dias que antecederam a pesquisa, e 2,5% usaram maconha.
A pesquisa não investigou as razões que
levaram os adolescentes ao uso de bebidas alcoólicas e drogas ou os
efeitos causados, mas 16,5% dos jovens entrevistados disseram que já se
sentiram sozinhos nos 12 meses que antecederam a pesquisa. O sentimento
de solidão é muito maior entre as meninas (21,7%) que entre os meninos
(10,7%). As garotas também são mais suscetíveis à insônia em decorrência
de preocupações: 12,85% delas disseram já ter perdido o sono, enquanto
entre os garotos são apenas 6,3%.
Prática do bulling
O IBGE também revela que um quinto
(20,8%) dos adolescentes pratica bullying. De outro lado, 35,4% disseram
ter sofrido agressão, humilhação e hostilidade por parte dos colegas.
Além disso, 7,2% disseram que a prática é frequente. Pela primeira vez,
os adolescentes foram questionados se participam de ataques aos colegas,
por isso não há comparação com 2009.
Maior do que a proporção de adolescentes
que sofrem bullying constantemente, no entanto, é a de jovens que são
agredidos por adultos da própria família. Pouco mais de 10% dos
entrevistados disseram ter sido agredidos nos 30 dias anteriores à
pesquisa. As meninas são mais vulneráveis (11,5% delas sofreram
agressões) que os meninos (9,6%).
Os dados também revelam que é crescente a
proporção de adolescentes que se envolvem em brigas com armas brancas
(passou de 6,1% para 7,3%) e com armas de fogo (de 4% em 2009 para
6,4%).
Embora o trabalho de crianças e
adolescentes até 13 anos não seja permitido pela lei brasileira, 8,6%
dos alunos do 9º ano trabalham, segundo os dados do IBGE. A região Sul
do país tem a maior proporção, com 11,9% de estudantes trabalhadores. O
menor índice está no Sudeste, com 7,5%.
Maus hábitos
Quatro em cada dez adolescentes comem
guloseimas cinco dias ou mais por semana e apenas três em cada dez comem
frutas com a mesma frequência. Os técnicos do IBGE se surpreenderam com
a informação de que apenas 22,8% dos alunos das escolas públicas comem
os alimentos oferecidos nas escolas, apesar de 98% terem acesso a
refeições oferecidas pela rede de ensino.
Em relação aos exercícios físicos, apenas
três em cada dez adolescentes são considerados ativos (fazem 300
minutos ou mais de exercício por semana, o que equivale a uma hora de
atividade física, cinco dias por semana). Quase oito (78%) em cada dez
adolescentes veem televisão durante pelo menos duas horas por dia, tempo
considerado excessivo pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Sexo
O IBGE mostra ainda uma ligeira queda
entre os adolescentes que já tiveram relação sexual e um aumento do uso
de preservativos. Em 2012, 28,7% dos adolescentes já tinham praticado
relação sexual, proporção um pouco inferior aos 30,5% de 2009. Do total
de meninos que responderam ao questionário do ano passado, 40,1% já
fizeram sexo, sendo que, entre as meninas, 18,2% disseram que sim. Dos
que têm experiência sexual, 79,5% dos adolescentes usaram camisinha na
última relação, índice maior que os 75,9% de 2008.
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Fonte: Época - FONTE DA FONTE: VERDADEGOSPEL.COM
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