Semana
começa com a delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, chefe do
clube do bilhão, e terá a chegada a Brasília da marcha pelo impeachment
A presidente Dilma Rousseff vive dias
difíceis desde a sua reeleição: com o país mergulhado em uma crise
política e econômica, a petista sequer consegue falar em rede nacional
sem ser alvo de vaias e panelaços. Seus principais defensores estão
acuados com o avanço do petrolão. No Congresso, a sequência de derrotas
coloca em xeque a solução governista para reorganizar as contas
públicas. E o horizonte que se avizinha não dá sinais de dias melhores
para o Palácio do Planalto.
Nesta segunda-feira (25), o governo
inicia uma das mais conturbadas semanas do segundo mandato de Dilma.
Considerado um homem-bomba entre os empreiteiros investigados na
Operação Lava Jato, o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia,
chega nesta segunda-feira a Brasília disposto a apontar, em acordo de
delação premiada, os políticos envolvidos no esquema de pagamento de
propina sobre contratos firmados com a Petrobras.
Amigo do ex-presidente Lula, o chefe do
clube do bilhão guarda segredos sobre as campanhas de Dilma. Conforme
VEJA revelou, o empreiteiro disse a pessoas próximas que pagou despesas
pessoais do ex-ministro José Dirceu e deu 30 milhões de reais, em 2014, a
candidaturas do PT, incluindo a presidencial. Reportagem do jornal
Folha de S. Paulo mostra que a empresa de Pessoa doou 7,5 milhões de
reais à campanha da petista temendo sofrer represálias do partido dela.
Enquanto Pessoa narra ao Ministério
Público os desmandos do atual governo, o Movimento Brasil Livre, grupo
que deixou São Paulo no dia 24 de abril, chegará à Esplanada dos
Ministérios carregando a bandeira do impeachment. O pedido vai ser
protocolado no Congresso Nacional na próxima quarta-feira.
Os manifestantes, porém, chegam à
capital federal em um clima diferente do esperado. Embora tenham se
aproximado dos partidos de oposição para pedir a saída da presidente
Dilma Rousseff, as legendas não encontraram respaldo jurídico para o
afastamento da petista. Com a ordem de aguardar os desdobramentos da
Lava Jato, entre eles especificamente a delação de Ricardo Pessoa, os
oposicionistas recuaram da proposta e decidiram ingressar com uma ação
no Ministério Público contra Dilma pelas chamadas pedaladas fiscais – o
que, em mais uma dor de cabeça ao Palácio, está programado para a
próxima terça-feira.
No Congresso, nas mãos do presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estão as medidas provisórias do
ajuste fiscal, alvo de críticas até por parte dos petistas. A tendência é
que sofram mais mudanças no Senado, o que vai reduzir a economia
prevista pelo governo. Na Câmara, deverá avançar a minirreforma
política, que traz pontos divergentes aos defendidos pelo PT, como o
sistema eleitoral no modelo distritão e a permissão de doações
empresariais durante as campanhas eleitorais.
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Fonte: Veja
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