Traduzido Por: Julio Severo
P. Langdale Hough
23 de março de 2010 (Notícias Pró-Família)
— Na semana passada no Clube Nacional de Imprensa em Washington, D.C., o
Instituto Witherspoon informou sobre uma série de descobertas
acadêmicas e recomendações acerca dos custos sociais da pornografia.
Em
dezembro de 2008 um grupo variado de acadêmicos, médicos e jornalistas
se reuniu em Princeton, New Jersey, para começar uma investigação
inicial sobre os danos sociais do consumo da pornografia em homens,
mulheres e crianças. Os acadêmicos participantes tinham vindo de uma
ampla variedade de profissões especializadas. Psiquiatras, especialistas
legais, médicos e economistas reuniram uma análise rigorosa das
dimensões neurológicas, psicológicas, econômicas, sociais, políticas,
legais e filosóficas do uso da pornografia. O resultado foi divulgado em
16 de março de 2010, quando o Instituto Witherspoon apresentou o
documento “The Social Costs of Pornography: A Statement of Findings and
Recommendations” (Os Custos Sociais da Pornografia: Descobertas e
Recomendações).
Três
observações importantes sobre o documento merecem ser feitas. Primeira,
ele apresenta variado consenso profissional e especializado sobre as
ramificações sociais da pornografia de internet, um consenso que está em
divergência com boa parte das opiniões aceitas sobre a questão.
Segunda, algumas implicações da evidência empírica apresentadas no
documento provocarão controvérsia, em parte por causa de uma
suscetibilidade libertária predominante com respeito ao consumo da
pornografia. Em último lugar, é preciso fazer muito mais pesquisas,
considerando o crescimento relativamente recente da pornografia de
internet e o desafio de obter dados confiáveis de produtores e
consumidores da pornografia de internet.
O
que sustenta boa parte da opinião pública sobre a pornografia é a
compreensão do consumo de pornografia como entretenimento inócuo,
expressão sexual benigna ou ajudante matrimonial. Contudo, essa maneira
de ver fica complicada com a onipresença de materiais pornográficos
instantâneos, realistas e descarados, e o crescente volume de evidências
empíricas que confirmam os danos que a pornografia cria naqueles que
produzem e consomem a pornografia bem como naqueles que vivem e
trabalham nos mesmos domicílios, empresas e comunidades onde há usuários
de pornografia. Dentro dessas duas observações estão importantes
afirmações específicas, algumas das quais podem ser achadas aqui e todas
das quais estão inteiramente documentadas em Os Custos Sociais da
Pornografia: Descobertas e Recomendações.
Com
a chegada da era da internet, pessoas de todas as idades e classes, de
ambos os sexos, têm agora acesso quase ilimitado a conteúdo de
pornografia que é feito para todos os gostos e fantasias adquiridos por
hábito. A acessibilidade instantânea dos materiais é aumentada pelo
desenvolvimento aparentemente infindável de mídias digitais mais vívidas
e realísticas e uma indústria responsável por quase um quinto de todos
os filmes pagos dos Estados Unidos. No meio desses avanços técnicos, as
comunidades terapêuticas e médicas relatam uma presença crescente de (e
audiência para) pornografia explícita. Se, como sugerem alguns, estamos à
beira de uma nova revolução de mídia 3-D, experiências pornográficas
ainda mais dramáticas poderão logo ser disponibilizadas.
A
onipresença da pornografia na era da internet vem acompanhada por um
volume crescente de evidências que indicam que, independente da idade e
do sexo, todos são afetados. A maior parte dos danos sociais ligados ao
consumo da pornografia parece se originar de sua natureza psicológica
como uma intensa experiência de treinamento de conduta e concessão de
permissão dentro do contexto de aprendizado altamente eficaz da
excitação sexual, onde ações são demonstradas, repetidas, incentivadas
e/ou proibidas via imagens cheias de informações.
Estudos
empíricos revelam a neurociência do consumo da pornografia. Alguns
estudos mostram que o uso da pornografia mina o relacionamento conjugal e
outros relacionamentos íntimos de seus usuários, pode tornar os homens
sexualmente incompetentes com uma parceira real, e para alguns pode
levar a atrações crescentes para com imagens e condutas de natureza
pornográfica. Mulheres não só enfrentam novas expectações de conduta
sexual, mas também se defrontam com mais chances de divórcio,
infidelidade e casamentos menos felizes. Crianças, principalmente
rapazes, são mais inclinados à violência, agressão e coerção sexual de
colegas, são mais suscetíveis à coerção sexual por parte de colegas e
adultos. As meninas adolescentes são mais inclinadas a tolerar abuso
emocional, físico e sexual. Por último, embora seja preciso fazer muitas
pesquisas nessa área, parece que a pornografia continua a ser um fator
no tráfico de seres humanos para a exploração sexual. Em resumo, a
pornografia tem custos sociais para os que estão envolvidos em nível
principal (consumidores e produtores, sejam homens, mulheres ou
crianças) e nível secundário (geralmente mulheres e crianças).
Essas
descobertas, que são avaliadas de forma mais abrangente em Os Custos
Sociais da Pornografia: Descobertas e Recomendações e sua pesquisa
associada, são de preocupar profundamente. O grupo variado de
especialistas que assinou o documento concorda que uma mudança nas
expectativas e informações públicas sobre os custos sociais do consumo
da pornografia — em parte modelada na campanha bem-sucedida contra o
fumo nas últimas cinco décadas — é necessária. Embora nem todos estejam
de acordo com todas as recomendações no documento, eles oferecem várias
propostas para ajudar a demonstrar o tipo de abordagem que se precisa.
Algumas das recomendações do documento incluem:
—
uma conscientização maior por parte da comunidade terapêutica quanto
aos danos do consumo da pornografia bem como pesquisas adicionais nessa
área;
—
maior atenção por parte dos profissionais da educação quanto a esse
volume de pesquisas e os perigos e desafios que os adolescentes adultos
estão enfrentando;
—
maior interesse por parte de jornalistas sobre as consequências da
onipresença da pornografia e um envolvimento de rigoroso jornalismo
investigativo na indústria pornográfica;
—
uma resposta rigorosa da indústria privada para com o uso da
pornografia no ambiente de trabalho e uma conscientização dirigida a
empregados com problemas de pornografia;
— a “desglamorização” do uso da pornografia por parte das celebridades e da cultura popular;
—
e finalmente, um engajamento nessa questão por parte dos governos
locais e federais, inclusive: legislação para tornar ilegal a
pornografia nos servidores padrões usados pelas pessoas comuns; uso das
posições de influência para uma campanha pública para mostrar que a
pornografia — até mesmo quando não preenche a definição estreita e legal
de “obscena” — necessariamente não se enquadra na liberdade de
“expressão” conforme a Primeira Emenda protege; rotular todos os
materiais pornográficos (impressos e digitais) com um aviso sobre o
potencial viciador da pornografia e consequentes danos psicológicos
possíveis para o consumidor; o redesenvolvimento e a mobilização da
unidade do Ministério da Justiça dedicada à instauração de ações legais
contra obscenidade para lidar com o fenômeno específico e complexo da
pornografia de internet; e a criação de um novo direito privado (civil,
não criminal) de ação, chamado a “exposição negligente de um menor ou um
adulto indisposto a materiais obscenos”.
Os
Custos Sociais da Pornografia: Descobertas e Recomendações foi escrito
entendendo-se que a sociedade estará em melhores condições se os fatos
sobre o uso da pornografia e suas consequências forem ampla e
eficazmente circulados de modo que pessoas de todos os tipos consigam
levá-las em consideração. Considerando que o interesse da indústria
pornográfica no desenvolvimento de avanços tecnológicos novos e mais
vividos nos meios de comunicação, é mais importante do que nunca que as
famílias, os pastores, os profissionais terapêuticos, os educadores, os
líderes empresariais e os servidores públicos fiquem mais conscientes
das devastadoras conseqüências sociais da onipresença da pornografia na
era da internet.
Há
alguns sinais de que está havendo progresso. As classes psiquiátricas e
terapêuticas recentemente começaram a fazer certas observações com
relação aos custos do consumo da pornografia na conduta de um indivíduo.
A Associação Americana de Psiquiatria em sua proposta revisão
recentemente divulgada do Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens
Mentais pela primeira vez incluiu referências específicas à pornografia
como possível fator em “Desordens Hipersexuais”. Se essa revisão
permanecer no manual final, será um importante primeiro passo para
autorizar indivíduos e famílias a buscar tratamento específico e
cobertura de seguro para condutas resultantes de ou diretamente ligadas
ao consumo de pornografia.
Incentivo você a considerar as descobertas e recomendações que se encontram no documento integral, disponível online junto com uma apresentação de vídeo das consultas e rascunhos das consultas dos documentos de pesquisas.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesite.net/ldn/viewonsite.html?articleid=10032313
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